Uma infância abençoada

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Uma infância abençoada, não privilegiada

O Reino dos céus se constrói a partir do pequeno e do que não se destaca perante o mundo. Com a vida de nosso santo Fundador, não foi diferente. No escondido povoado de Fraciscio, durante o inverno de 1842, nasce o nono de treze irmãos. Sua família era humilde e fervorosa na fé. Desde o momento de seu nascimento, seus pais lhe proporcionaram os recursos necessários para que a graça de Deus guiasse sua vida. Por isso uma infância abençoada, não privilegiada

Seus pais 

Seu pai, Lorenzo, o levou imediatamente para ser batizado, incutindo-lhe a tenacidade de um homem justo. Enquanto isso, sua mãe, Maria, imprimiu em seu coração a doçura e o perfume da misericórdia. Nesse cenário discreto, desponta a aurora de uma vida santa e dedicada aos pobres. À medida que crescia, Luís Guanella acumulava eventos que só poderiam marcar um coração sensível à ação de Deus pela fé. O prisma do mistério divino se tornava claro para aquele que não era indiferente à luz emanada no coração pelo Espírito.

O ancião e os doces

Apenas assim faz sentido a marca deixada em seu coração pelo famoso episódio do ancião, na festa de São João Batista, quando tinha cerca de cinco anos: seu cunhado lhe presenteou com um punhado de doces de menta chamados “diavoletti”. Enquanto soava o último toque para a Missa solene, o pequeno Luís relutava em entrar na Igreja com seus doces. Tentando escondê-los em uma pilha de lenha, ouviu palmas secas vindas de um velhinho, cujo olhar refletia grande tristeza, e que lhe estendia a mão. Temeroso, Guanella escondeu rapidamente os doces e o velhinho desapareceu.

Este acontecimento, narrado na velhice do padre Guanella, retrata com intensidade o legado evangélico recebido em casa, vivido já na primeira infância: “Tive uma dor indescritível, que me queimava como um remorso, e jamais pude apagar em mim a memória disso…”. Estes são claros lampejos que moldaram um coração que crê e sente, que não pode ignorar as necessidades dos outros.

Que também nós, seguindo o exemplo de Guanella, estejamos atentos às necessidades daqueles que estão ao nosso lado. São Luís Guanella, rogai por nós.